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O MANGUEBEAT NA TERRA DO AVELOZ

  • Foto do escritor: ccaroaportal
    ccaroaportal
  • 22 de out. de 2022
  • 3 min de leitura

Atualizado: 23 de out. de 2022


Movimento que marcou a história da música brasileira, inovou o cenário artístico brasileiro com uma nova cultura


Como um movimento de contracultura, o manguebeat surgiu em Pernambuco na década de 1990 em um contexto de desigualdade social e abandono econômico. Caracterizado principalmente pela mistura de ritmos, tanto com o repente e o maracatu quanto com o rock, o punk e a música eletrônica, o manguebeat cresceu e alcançou outras regiões do Estado para além da capital.


Conhecida pela efervescência cultural, Caruaru recebeu o manguebeat e contribui para difusão desse gênero musical. Fazendo uma mistura de ritmos regionais com um estilo de música mais pesada, um grupo de amigos tocavam nas noites do Bar do Rock (bar de Nato Vila Nova, que abriu por volta de 1998) e mesmo que o grupo não tivesse um nome para identificá-los, eles se juntavam para ensaiar e acabavam compondo músicas autorais.


Após Ivan Márcio, um dos integrantes desse grupo de amigos, ver um erro de digitação no nome de uma música em uma matéria de Jornal, falando sobre o Festival Abril pro Rock, em Recife, ele pensou em transformar aquele erro de digitação no nome para o grupo, pois aquilo tinha tudo a ver com o som que eles praticavam. A digitação correta seria "Sangue de Bairro", mas na matéria estava escrito "Sangue de Barro". O erro remete a um traço cultural muito importante de Caruaru, que tem artistas conhecidos internacionalmente no artesanato feito a partir do barro.


No dia 18 de maio de 1998, em pleno aniversário de Caruaru, em uma festa no Bar do Rock, a banda anunciou o nome definitivo. Em entrevista, Ivan nos faz conhecer um pouco mais sobre a banda Sangue de Barro.

"A nossa identidade é se permitir não ser refém da nossa própria música. Ter referências e ritmos que fazem parte do aglomerado musical que é o Sangue de Barro e deixar essa arte fluir".

A banda opera atualmente com seis intergrantes; Aril Carlinhos (percussionista), Eric Sóstenes (baixista), Hik Aragão (Guitarrista), Nato Vila Nova (baterista), Rennan Torres (responsável por alguns sopros da banda e instrumentos de percussão) e Ivan Márcio (guitarrista e vocalista). Com o mesmo intuito de antes, a banda trás para a atualidade suas antigas referências, ainda se inspirando bastante na cultura caruaruense, é com isso que criam as composições do Sangue de Barro.


Imagem oficial disponibilizada pela banda.


Outra banda caruaruense que passou a integrar esse grande movimento cultural que se tornou o manguebeat é a Vimana. Ela surgiu, em 2014, a partir de um grupo de músicos com novas ideias para que o movimento continuasse sendo transmitido no Agreste. As músicas tratam de assuntos do cotidiano e as letras das músicas têm uma linguagem popular e ritmos regionais.


Em 2017, foi lançado o primeiro disco da banda com músicas autorais, a fim de propagar um pouco do cotidiano da população com poesia e percussão pesada. A banda Vimana segue ativa atualmente com integrantes: Walter de Souza (vocalista), Tiago Rocha (baixista), Artur Lima (baterista), Max Morato (guitarrista), Totto Soares (guitarrista) e Carlinhos Aril (percussionista).


Em entrevista, Walter de Souza explica que a banda tem como influência o manguebeat, mesclando a mesma convicção da banda Sangue de Barro e obtendo também como influência o Chico Science e a banda Nação Zumbi, mas também dos próprios gostos musicais.

"A Vimana tem muito de está mesclando a essência do manguebeat com o estilo próprio da banda".

Imagem disponibilizada pela banda


As duas bandas, tanto Sangue de Barro quanto Vimana tem uma essência e estilos semelhantes, ambas trazem a junção do movimento manguebeat com a música regional para a população, mas também mesclam isso com seu estilo próprio. Justamente pelo movimento do manguebeat ter tido origem na cidade de Recife (Pernambuco), as bandas buscam mergulhar nessa inspiração e ir mesclando o movimento do mangue com a sua cultura local.


Sem dúvida alguma, as redes sociais facilitaram também a vida desses músicos. O contato virtual é fundamental para promover shows e mostrar o som da banda para quem busca também a música feita fora do presencial. Simbolicamente o que acaba sendo muito representativo é que, ambas, são uma junção da cultural local. Eles buscam fazer com que essa ideia do novo seja um diferente que possa impressionar, gerar ou promover um apoio maior da sociedade local.


Por Adriely Clessia e Artur Lima .


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